Fado

Todos sabemos que o Fado é considerado um símbolo de Portugal conhecido pelo mundo fora quase sempre representado por Amália
Rodrigues e recentemente por novos talentos como Dulce Pontes, Camané, Marisa, etc.
O termo Fado vem do latim Fatum, que significa destino, o destino inexorável e que nada pode mudar. O Fado é, por costume, tão melancólico e tão triste pois canta a parte do destino que foi contra os desejos do seu dono. É uma música sentimental e lírica.
O Fado exprime um estado psíquico de nostalgia, mas começou por ser considerado um sentido de frustração de Portugal.
Existem duas versões de Fado: a de Lisboa (Alfama e Mouraria) e a de Coimbra. A de Lisboa é pessoal e cheia de sentimentos; a de Coimbra visa mostrar as tradições académicas da cidade (Há uma versão de Fado, chamada Fado Popular, mais ligada ao folclore e às tradições).
Não se sabe ao certo em que época o Fado surgiu, mas existem três suposições:
- A primeira é que o Fado poderá ter nascido a partir dos Cânticos dos Mouros; a sua dolência e melancolia comparam-se à do Fado.
- A outra hipótese é que o Fado entrou em Portugal em forma de Lundum, isto é, música de escravos brasileiros no ano de 1822.
- A última hipótese é que o nascimento do Fado poderá ter-se dado na época dos trovadores e dos jograis. As cantigas de amigo que são cantadas por uma mulher, comparam-se aos diversos temas do Fado de Lisboa. As cantigas de amor são cantadas pelo homem para uma mulher onde existe uma certa semelhança com o Fado de Coimbra. Existem ainda as cantigas de sátira ou de escárnio e maldizer que são muito frequentes no Fado em críticas políticas e sociais.
É a partir de 1888 que o Fado passa a ser aceite pelas classes sociais.
O Fado de Coimbra terá aparecido pela primeira vez na cidade na despedida do ano lectivo de 1900-1901. De qualquer maneira o Fado surgiu primeiro em Lisboa e no Porto e só depois foi levado para Coimbra.
Em Lisboa, a canção foi se desenvolvendo pelas vielas, conseguindo alcançar a fama e passando a ser aceite pelas senhoras e damas que começaram a dançá-la e a dedilhá-la, em substituição da “Modinha”.
Com o decorrer do tempo, foram-se dando modificações, levando o Fado, a Coimbra, e a ser unicamente cantado e tocado pelos estudantes, que lhe deram características próprias de lirismo e romantismo.

Diferenças no Fado
Em Lisboa e no Porto, encontramos o Fado na parte mais antiga da cidade, em tabernas ou Casas de Fado, decoradas com símbolos daquela forma de canção nas duas cidades: o xaile negro e a Guitarra Portuguesa.
O Homem que canta fá-lo de pé e de fato escuro. Canta os seus amores, a sua cidade, as misérias da vida, critica a sociedade e fala quase sempre de saudade.
A mulher canta sempre de negro, de xaile aos ombros e com uma voz lamentosa. Canta a morte que vem da perda do amor, o amor perdido para a morte.
Por tradição o Fado é cantado em restaurantes próprios para o efeito, chamados Casas de Fado. As pessoas vão, tomam a sua refeição, e a uma certa altura começa a ser tocado e cantado o Fado. Quando um fadista canta, exige-se silêncio e param de comer e de servir comida. Os fadistas de maior sucesso realizam espectáculos e concertos ao ar livre e esta é a única altura em que o Fado “sai e dá uma volta” por fora das Casas de Fado.
O Fado é sempre cantado ao vivo, tanto em espectáculos como nas Casas de Fado.
O Fado é a expressão por excelência da alma de Lisboa e, também, do ser português.
É este o espírito do Fado, a expressão de uma alma colectiva, feita da alma de cada um.

E agora silêncio, porque se vai cantar o Fado...


Fado do Bairro Alto

Bairro Alto aos seus amores tão dedicado
Quis um dia dar nas vistas
E saiu com os trovadores mais o Fado
P’ra fazer suas conquistas

Tangem as liras singelas
Lisboa abriu as janelas
Acordou em sobressalto
Gritaram: “Bairros à toa
Silêncio Velha Lisboa
Vai cantar o Bairro Alto”

Trovas antigas saudade ou canto
Andam cantigas a bailar de boca em boca
Tristes bizarras em comunhão
Andam guitarras a gemer de mão em mão

Versos feito por Carlos Simões Neves e Francisco Gonçalves Carvalho
Cantado por Carlos do Carmo

A Guitarra Portuguesa

A Guitarra de Fado é conhecida como Guitarra Portuguesa (é um instrumento tradicional português).
Em relação à origem da Guitarra Portuguesa conhece-se pouco, mas os especialistas dizem que é parecida com o alaúde árabe; se por acaso daí descender, provavelmente é porque se deveu à ocupação Moura do Algarve.
No tocante à sua constituição, é uma guitarra pequena com 12 cordas, geralmente acompanhada por uma outra de 6 cordas.
Estas guitarras são manufacturadas e exclusivamente feitas em Portugal pelos entendidos portugueses, e na Inglaterra por um senhor chamado Simpson.
No mundo existem cópias feitas por amadores, mas é em Portugal que se encontra a maior procura.

   
 
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